História de Altamira
Após a expulsão dos jesuítas, esta estrada ficou praticamente abandonada e foi posteriormente reconstruída, em 1868, pelos, Capuchos da Piedade, dos frades Ludovico e Carmelo de Mazzarino, com índios das tribos Tacuúba, Penes e Jurunas, aos quais depois se juntaram os índios das tribos Achipaiás, Curiarias, Araras e Carajás. Ao se instalarem na antiga missão dos jesuítas, os Capuchinhos reergueram-na e, contando com um número maior de índios de diferentes tribos, promoveram o seu crescimento e desenvolvimento.
A partir dessa missão dos capuchinhos estabeleceram-se os fundamentos de um povoamento que, transformou-se no povoado de Altamira, mais tarde vila de Altamira. Não se sabe, entretanto, a data precisa em que o povoado foi fundado. Pela tradição deixada pelos capuchinhos, o major Leocádio de Souza, viu a possibilidade de reconstruir o caminho, não mais de Cachoeira, porém, da foz do rio Tucuruí até o povoado de Altamira e, neste sentido, organizou uma destacada expedição para efetuar o seu definitivo reconhecimento. Como não obteve êxito, posteriormente, em 1880, o coronel Gaiôso retomou a empreitada, com um grande número de escravos de sua propriedade, abrindo um pico da foz do rio Joá à embocadura do rio Ambé, iniciando a construção de uma boa estrada de rodagem, que ficou paralisada e perdida em conseqüência da Lei Áurea de 13 de maio de 1888, que o privou de sua escravaria. O baiano Agrário Cavalcante resolveu continuar a tarefa, na parte relativa à
abertura da estrada para o Ambé, não conseguindo porém ver seus esforços coroados de resultados, uma vez que veio a falecer.
Seu sobrinho José Porfírio de Miranda Júnior concluiu definitivamente a grande via e adquiriu a sua propriedade. Essa estrada foi um elemento importante de prosperidade de Altamira. Em face da Lei n.º 811, de 14 de abril de 1874, foi criado o município de Souzel, incluindo no seu território o povoado de Altamira. Devido à sua grande extensão, Souzel (o maior Município do Estado do Pará) necessitava de uma divisão administrativa, bem como se fazia necessário o estabelecimento de um Governo Municipal, no alto Xingu, que era uma região mais desenvolvida do que o baixo Xingu. Com isso, Souzel foi desmenbrado, dando origem ao município de Xingu, incorporando Altamira, que passou a sede do novo Município. Pelo Decreto Legislativo nº 1.234 de 6 de novembro de 1911, o poder público, resolveu criar o município de Altamira, passando o Souzel a ser distrito desse novo Município.
Fixando, o Decreto nº 1852 de 29 do mesmo ano, para o dia primeiro de janeiro do ano
seguinte, a sua instalação. A cidade de Altamira recebeu esse título pela Lei nº 1604 de 27 de setembro de 1917, ao mesmo tempo que transferiu para ali a sede da comarca do Xingu. Os Decretos Estaduais de números 6 de 4 de novembro de 1930 e 72 de 27 de dezembro do mesmo ano mantiveram o município de Altamira. Pelo dispositivo da Lei Estadual de nº 8 , de 31 de outubro de 1935, que menciona todos os municípios existentes no Pará, manteve o denominado Xingu, compreendendo o território do antigo município de Altamira e a subprefeitura do Xingu, sede na cidade de Altamira.
No quadro da divisão territorial, datado de 31 de dezembro de 1936, o município de Xingu, ainda com sede em Altamira, compunha-se de onze distritos: Altamira, Novo Horizonte, São Félix, Porto de Moz, Tapará, Vilarinho, do Monte, Veiros, Aquiqui, Souzel e Alto Xingu.
Conforme disposto no Decreto-Lei nº 2.972 de 31 de março de 1938, o município de Xingu teve seu nome alterado para Altamira, o qual estava integrado por dois distritos: Altamira e Novo Horizonte. Segundo a divisão territorial estabelecida pelo Decreto-Lei nº 3.131 de 31 de outubro de 1938, para o período 1939-43, o município de Altamira apresentava-se constituído pelo distrito sede, dividido em duas zonas, sendo a primeira: Altamira e Iriri Curuá e a Segunda: Novo Horizonte e São Félix. Pela divisão estabelecida pelo Decreto nº 4.505, de 30 de dezembro de 1943, para o período de 1944-48,o Município compunha-se de dois distritos: Altamira e o de Gradaús, antigo Novo Horizonte.
Em 1955 houve uma primeira tentativa de desmembramento do seu território para constituir os municípios de São Félix do Xingu e Souzel, mas o Supremo Tribunal Federal a considerou inconstitucional. O governo do Estado do Pará, em janeiro de 1956, tornou insubsistente tal desmembramento. Porém, em 1961, através da Lei nº 2.460 de 29 de dezembro, durante o governo de Aurélio Corrêa do Carmo, o município de Altamira foi desmembrado para reconstituir o município de Souzel, com o nome de Senador José Porfírio e criar o município de São Félix do Xingu.
Em 1991, teve novamente seu teritório desmembrado para dar origem, juntamente com parte dos territórios de Medicilândia e Porto de Moz, ao município de Brasil Novo. Também deu origem ao município de Vitória do Xingu, desanexando parte do seu território e dos municípios de Senador José Porfírio e Porto de Moz, perdendo assim o distrito de Gradaús.
Atualmente, é integrado pelo distrito de Castelo de Sonhos.
História de Altamira Escrito por Altamiranet Qui, 10 de Setembro de 2009 20:41 - Última atualização Seg, 14 de Setembro de 2009 10:08